Relembrando a História do Brasil no seu Bicentenário de Independência (1822-2022) #6

 
 

POPB/006/2022

PRINCESA LEOPOLDINA, matriarcada Independência do Brasil, primeira mulher Chefe de Estado do Brasil. (1)

CAROLINEJOSEPHA LEOPOLDINE FRANZISKA von HABSBOURG-LOTHRINGEN vem ao mundo no dia 22 de janeiro de 1797, em Viena, capital da Áustria, e faleceu no Rio de Janeiro em11 de dezembro de 1826, com apenas 29 anos de idade. Trata-se da sexta filha do último Imperador do Império Romano-Germânico, o Imperador Francisco II. Arquiduquesada Áustria, primeira esposa de Dom Pedro I e Imperatriz Consorte do Brasil de1822 até sua morte.  Brevemente foi rainha consorte de Portugal e Algarves entre março e maio de 1826. É mito o nome de “MARIA” acrescentado ao nome de d. Leopoldina, em homenagem às muitas“ Marias” existentes no Brasil.

Em13 de maio de 1817, a jovem LEOPOLDINA casou-se com Pedro de Alcântara, o Príncipe de Portugal, por procuração, representado pelo arquiduque Carlos (tio da Princesa Leopoldina), em Viena.

Extremamente religiosa e piedosa, Dona Leopoldina, que viveu no Rio de Janeiro de 1817 até1826, estaria praticamente todos os sábados na Igreja de Nossa Senhora do Outeiro para louvar a Virgem e distribuir esmolas. Dona Leopoldina vai ser reconhecida não apenas por seus generosos atos de filantropia, mas sobretudo pelo empenho com que praticava a caridade, desenvolvendo uma forte ligação como povo mais humilde. Sua desmesurada caridade levou-a a meter-se em dívidas pesadas que a atormentariam ao longo de sua breve e conturbada vida. Gastava o dinheiro que não tinha em doações para pobres. Órfãos e necessitados em geral”.(Rezzutti, Paulo, “d.Leopoldina”).

 Mas d. Leopoldina não foi apenas caridade. Foi e continua sendo personagem de grande relevância para a História do Brasil, e seu protagonismo está na carta que escreveu ao Príncipe Dom Pedro no dia 02 d esetembro (a ser em breve publicada nesse site). O historiador OBERACKER (2) reconheceu o protagonismo da Princesa na separação do Brasil de Portugal. Essa carta de Leopoldina, junto da correspondência de José Bonifácio, formaria, ao lado da carta de Dom Pedro a Dom João VI de 22 de setembro de 1822, ideias que poderiam ser adotadas no Brasil como a nossa verdadeira Declaração de independência.

 É considerada por muitos historiadores como a principal articuladora do processo de Independência do Brasil ocorrido entre 1821 e 1822, notadamente em setembro de 1822. O historiador Paulo Rezzutti (3), autor do livro “D. Leopoldina — A história não contada: A mulher que arquitetou a Independência do Brasil”, sustenta que foi em grande parte graças a ela que o Brasil se tornou uma nação. Segundo ele, a prometida de D. Pedro “abraçou o Brasil como seu país, os brasileiros como o seu povo e a Independência como a sua causa”.

Consequentemente, por reger o país em ocasião das viagens de Pedro pelas províncias brasileiras, é considerada a primeira mulher a se tornar chefe de estado de um país americano independente.

 

(1)“Os Pilares da Independência do Brasil”, Evandro Fernandes de Pontes, Brasília: FUNAG,2021.”

(2) OBERACKER JR, Carlos, “a Imperatriz Leopoldina. Sua vida e sua época”. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1973

(3) Wikipédia

(4) REZZUTTI, Paulo in “d.Leopoldina – a História não contada...”,Rio de Janeiro, Leya.

(5) «Maria Leopoldina da Áustria: a primeira mulher a governar o Brasil Independente». Rainhas Trágicas. 2 de setembro de 2017

Lobo Digital